A ETA anunciou o fim definitivo da luta armada. Uma grande notícia para Espanha e a Europa. Resta esperar que, por uma vez, a ETA cumpra a sua palavra. Veja o vídeo do anúncio e a declaração escrita.
Podem visitar o meu novo blog aqui. O objectivo é dar a conhecer um pouco mais do meu trabalho.
Foto: El País
Repulicanos espanhóis manifestam-se na Catalunha, na mesma altura em que o futuro rei cumpre 43 anos.
Quase quarenta anos depois da Transição, Espanha continua numa luta a duas velocidades: aqueles que querem enterrar o passado e os que lutam pela memória histórica. Espanha continua a caminhar neste (des)equilíbrio.
O anunciado cessar-fogo da ETA foi recebido em Portugal com inusitada alegria e confiança. Não tenhamos ilusões: não foi a primeira nem a última vez que a ETA procede a este tipo de manobras. Em Espanha esta notícia foi recebida com enorme desconfiança, o que é compreensível perante a história recente da ETA - há quem ache que a organização terrorista está encostada às cordas e pretende ganhar margem de manobra.
Zapatero foi forçado a tomar medidas duras para redução do défice, bem mais duras do que aquelas que o PEC português defende. Tudo isto depois de ter negado a realidade durante meses, apesar dos avisos de organizações financeiras, oposições, entre outros. Escusado será dizer que estes últimos foram apelidados de castrofistas e pessimistas. Hummmmmm, onde é que já vimos isto?
Falo com o à vontade de quem nunca deu aulas no ensino oficial, nem quer dar.
Como sabem, o ensino do Espanhol tem aumentado de forma significativa no nosso país. O número de alunos aumentou muito e a formação de professores na área ainda é muito recente. Licenciei-me na Faculdade de Letras em Português/Espanhol, tendo consciência de que nunca quis dar aulas. Dou formação, o que, apesar de tudo, ainda tem muitas diferenças em relação ao ensino oficial. Contudo, não posso deixar de exibir o meu espanto (expressão simpática) perante a quantidade de professores de Espanhol que apareceram de um momento para o outro. Parece que um professor de História, por exemplo, se provar que tem formação de Espanhol (um curso do Espanhol ou um semestre na faculdade são suficientes) pode ultrapassar um professor muito mais especializado e formado naquela área. Institucionalizou-se a ideia de que o Espanhol é "uma treta" e é bastante fácil. Nada mais errado. Quem estudou Espanhol a sério sabe que as coisas não são assim. Espero que o Minsitério da Educação tome uma posição sobre este assunto. Isto não acontece, pelo menos a esta escala, com mais nenhuma disciplina. Já chega de nivelar o ensino por baixo.
... no sistema educativo em que é regra a desautorização permanente do professor dão azo a isto. Mais do que criticar ou louvar esta medida, importa saber como foi possível chegar a este ponto.
Um estudo muito interessante que seria, julgo, impossível de aplicar em Portugal. Os jornalistas portugueses gostam de se afirmar como "imparciais e puros", apesar de, muitas vezes, nem se esforçarem por disfarçar as suas tendências políticas. Era preferível que assumissem as suas convicções. Ao menos sabiamos com o que contávamos.
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O amigo Pedro teve a amabilidade de me relembrar o seguinte: Barrancos recebeu a Medalha da Extremadura, o galardão máximo desta região espanhola atribuído pela primeira vez a estrangeiros, como reconhecimento da ajuda dos barranquenhos aos refugiados extremenhos durante a guerra civil espanhola.
Este facto deve ser um motivo de orgulho não só para Barrancos, como para todo o país. E serve também para relembrar que, apesar de distante de um poder político centralizado que se borrifa para o que se passa fora de Lisboa, Barrancos, as suas gentes e a sua história, também são Portugal. E mereciam outro respeito.
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Via 2711
Numa altura em que a ETA cumpre 50 anos, duas notas: é tempo de perceber que é impossível e desnecessário negociar com que não quer a paz; por outro lado, a ETA, ao contrário do discurso político (que se compreende) virado para as supostas fragilidades da organização, ainda vai mexendo e provocando danos graves. Tolerância zero com esta gente.
A TVE estreou, por ocasião do aniversário da chegada ao poder de Adolfo Suárez, um documentário de excelente qualidade. Pode vê-lo aqui.
PS: Olhando para os políticos da altura e os de hoje...
Companheiros de Luta
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